Os políticos vendem-se como sabonetes
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Os políticos vendem-se como sabonetes?

 “Uma estação que tem 50% de share vende tudo, até o Presidente da República! Vende aos bocados: um bocado de PR para aqui, outro bocado para acolí, outro bocado para acolá, vende tudo! Vende sabonetes!” (1)

Esta frase, que causou muito burburinho e polémica, foi dita em 1997 por Emídio Rangel, na altura diretor-geral da SIC, para um documentário da cineasta francesa Mariana Otero sobre a influência da televisão na vida política (2).

Mais tarde, a frase foi recuperada pela comunicação social para ajudar a explicar a eleição do “fenómeno político” Marcelo Rebelo de Sousa à Presidência da República, que se tornara visita semanal dos portugueses com comentários sem contraditório, como se fosse um membro da família. Marques Mendes aprendeu a lição e está a fazer o mesmo para conseguir chegar a Belém.

Já em 1967, o canadiano Marshall McLhuan, que cunhou o termo “Aldeia Global” (3), ficou famoso por defender a tese de que “ O meio é a mensagem”, querendo significar que o veículo através do qual a mensagem é transmitida é mais importante do que o conteúdo da própria mensagem.

Não há dúvida que o Marketing ajuda a vender sabonetes, mas poderá fazer o mesmo com personalidades políticas, partidos ou ideologias, utilizando as mesmas técnicas que emprega na venda de sabonetes?

É neste contexto complexo que o estudo do Marketing Político e do Marketing Eleitoral – seu sucedâneo específico para campanhas eleitorais – é essencial para se perceber como ambos funcionam e como contribuem para uma sociedade mais esclarecida politicamente, reforçando as instituições, o Estado de Direito a democracia.

Referências:

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