Um pouco mais de azul – eu era além
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Durante a campanha eleitoral das autárquicas de 2025, quem circulasse pelas ruas de Braga e visse ao longe um outdoor em tons de azul-escuro só descobriria a que candidatura pertencia ao aproximar-se suficientemente dele.

Se fosse nesse tom de azul, poderia ser da Coligação Juntos por Braga, da Iniciativa Liberal, do Chega ou – pasme-se! – do Partido Socialista ou da CDU. A candidatura independente Amar e Servir Braga também optou por essa cor, distinguindo-se, no entanto, por um tom mais claro.

O folheto do programa eleitoral do Partido Socialista para uma das principais freguesias do concelho era um verdadeiro arco-íris no interior das suas páginas. Contudo, na capa, o emblema bem conhecido do PS – com o punho cerrado da mão esquerda erguido verticalmente e rodeado pela inscrição “Partido Socialista” – surgia inteiramente em azul, substituindo a habitual cor vermelha.

Esta “inovação” faz recordar, simbolicamente, o poema Quasi, de Mário de Sá-Carneiro, cujo segundo verso empresta o título a este texto: como se cada candidatura procurasse, de algum modo, “ir um pouco mais além”.

A predominância do azul nas principais candidaturas levanta uma questão pertinente: será que esta escolha poderá confundir o eleitor? Sem dúvida, pois a cor é um elemento central da identidade visual de um partido político (na verdade, de qualquer marca), permitindo reconhecê-lo à distância e associá-lo de imediato aos seus valores e protagonistas.

Voltaremos a este assunto em próxima reflexão.

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